Fotos: autores desconhecidos
Construída em 1924 e famosa pela riqueza de detalhes em sua pintura interna, a Capela Sant’ana, de Serrinha, terá seu centenário comemorado durante todo este fim de semana pela comunidade local. A agenda organizada pela direção paroquial, que estende o convite a todas as demais comunidades de Contenda e região, conta com celebrações especiais, festival de prêmios, almoço e tarde dançante no domingo, entre outras atrações!
– Nesta sexta-feira, dia 24, ocorre uma celebração logo mais às 18 horas! Em seguida, o Festival de Prêmios, que inicia pontualmente às 19h30.
– Neste sábado (25), no mesmo horário (19h30), será organizado um grupo de orações e no domingo (26), além de celebração de missa e almoço completo, o Grupo Cordiona anima uma tarde dançante com entrada franca!
Histórico da Igreja Sant’Ana Serrinha
A comunidade de Serrinha teve início da sua história com a chegada de migrantes poloneses. Entre eles o Sr. Adão Wolski que, em 24 de junho de 1889, juntamente com outras 12 famílias aqui se instalaram.
Desde 1892 havia a ideia de se construir uma capela. Sendo assim, no dia 23 de setembro de 1901, com intuito de materializar a ideia, foi feita a bênção de uma cruz, pelo Pe. Heriberto Goetherderfer, em uma missa celebrada na casa do Sr. Adão Wolski.
Em 06 de novembro de 1901, foi concedida a licença episcopal para fundar a capela e o cemitério.
Em fevereiro de 1902 os colonos poloneses começaram a construção da capela de madeira. E, em 03 de abril de 1902, foi feita a benção da capela e do cemitério.
Em 26 de julho de 1902 foi celebrada a 1º festa em louvor a padroeira Santa Ana com bênção do 1º sino. Segundo relatos, essa padroeira foi escolhida pois os migrantes vieram da Polônia de uma localidade onde Santa Ana era venerada.
Foto: Jocemar Iareck
O padre Heriberto, que visitava os poloneses, vinha a cavalo da Lapa. Com sua chegada, o próprio soltava foguetes para avisar que no outro dia seriam realizados a missa e os batizados. Dificuldades eram enfrentadas pelos colonos poloneses, pois o Padre só falava português. Tempos depois, tiveram o 1º padre polones, Boleslau Bayer,que vinha de Tomaz Coelho, atendendo a comunidade com missas e confissões.
Em 1916 foi iniciada a construção da atual Igreja, que foi concluída em 1924. O engenheiro foi o Pe. Hilacek, os predreiros João Bonik, com os filhos Bernardo e Francisco e os carpinteiros Pedro Fila, João Kichelewicz e Sr. Filipak.
Continuando a vida de fé, a comunidade era atendida pelo Pe. Tomaz Kanha e pelo Pe. Francisco Komander, que vinham de Catanduvas.
Entre 1933 e 1936 foi construída a casa paroquial, onde residiram o Pe. Francisco Zdziebto e, posteriormente o Pe. Estanislau Piacezki, até 1951. A partir dessa data, o Padre começou a residir no centro de Contenda.
Na década de 40, foi realizada a pintura artística do interior da igreja, os pintores eram Antônio e Bernardo Fisikoswki.
Na década de 70, com o apoio do Padre Bronislau Bauer, foi construído o salão da Igreja, o qual manteve-se até 2010, foi demolido para a construção do novo barracão.
A partir de 2005, foi organizada a documentação do cemitério e foram feitas algumas melhorias. E, nos anos seguintes, foi construída a capela mortuária. O interior da Igreja de Serrinha é todo pintado com desenhos artísticos, e no ano de 2015 profissionais em restauração recuperam a pintura do presbitério.
Uma prática de fé mantida até hoje é a procissão em louvor a Santa Terezinha. Com surgimento em 1947, devido a infestação de gafanhotos no interior do Paraná, os agricultores fizeram uma procissão da igreja até o morro de Serrinha, levando uma cruz, pedindo a Santa Terezinha, para que livrasse suas lavouras dessa praga.
Alcançada a graça, todos os anos foi feita uma procissão até a capelinha. Isso se estende até os dias de hoje. Desde 2005, é celebrada uma missa na capelinha dedicada a Santa Terezinha com bênção de sementes e rosas, juntamente com a procissão de pessoas, cavalos, carroças e tratores até a Igreja de Santa Ana, onde acontece a festa comemorativa.
Foto: João Carlos Ferreira
Em 1915 surgiu a 1ª escola, sendo o 1º professor o senhor Francisco Karpienski, que ensinava polonês e português.
Em 1922, com o apoio do Padre, os moradores fundaram a associação São José. Essa tinha como objetivo conseguir incentivos agrícolas. A associação construiu, também, um salão de madeira, o qual serviu para reuniões, salas de aula, encontro de jovens, catequese e lazer. Hoje é o atual clube serrinhense. Vale ressaltar que na época, as sementes importadas foram trazidas para os agricultores, pelo Pe. Francisco Zdzieblo, visando uma maior produtividade.
