Após quatro meses de espera, foi concluído o exame de DNA que confirmou ser de Emília Javorski o corpo encontrado na casa localizada na Avenida Eleutério de Souza Padilha, na área rural de Contenda, na divisa com Araucária. Um agricultor que arrendava uma das propriedades da idosa foi quem achou o corpo no dia 7 de maio, já em avançado estado de decomposição. Até o último dia 4 de setembro, o corpo de Emília aguardava identificação no Instituto Médico Legal (IML), em Curitiba.
O caso é inusitado. Emília, filha de Mateus e Maria Javorski, vivia completamente isolada e praticamente não tinha contato com pessoas, por isso a demora em ser encontrada. Ocasionalmente, um parente distante a visitava para saber notícias. Ela também não tinha parentes diretos, como pais, filhos ou irmãos, que pudessem facilitar sua identificação no IML, apenas parentes de 4º e 5º graus.
Tão logo foram informados do que havia acontecido com Emília, oito primos entraram com um processo na Justiça da Lapa, de reconhecimento tardio de corpo. Embora esses parentes já tenham conhecimento do resultado positivo do DNA, aguardam a liberação do corpo pelo IML para fazer a certidão de óbito e dar início ao processo de inventário, para levantamento e divisão dos bens. Além dos oito primos de Araucária, foi identificada uma prima de Emília que mora em Curitiba. Ela está acompanhando o caso, inclusive coletou DNA para confirmar a relação de parentesco.
“Já sabemos quem são os herdeiros, tem um ou dois parentes ainda que, supostamente, não foram localizados e não sabemos se estão vivos ou não. Mas a confirmação do DNA agiliza o processo, tudo fica mais fácil agora, porque os herdeiros praticamente são reconhecidos através de documentos”, diz o advogado que defende os primos de Emília.
Relembre o caso
Por volta das 10h50 do dia 7 de maio de 2024, um morador de Contenda foi até a sede da Polícia Militar daquele município, relatando que tinha ido até a casa de Emília Javorski (nome inicialmente repassado por ele), que era dona do terreno que ele alugava para plantio, e quando chegou, sentiu um odor forte de podridão. Ao tentar descobrir do que se tratava, se deparou com um suposto crânio na calçada, e assustado, decidiu avisar a polícia.
Uma equipe se deslocou até o endereço, e chegando na residência, sentiu o mesmo odor de podridão, confirmando em seguida a existência do que parecia ser um crânio na sacada externa. Ao entrar na casa, os policiais encontraram um corpo em avançado estado de decomposição, não sendo possível realizar a identificação. A Polícia Civil e a Polícia Científica foram acionadas para os procedimentos necessários.
O caso está sendo tratado pela polícia como morte por causas naturais, por isso não foi instaurado inquérito.