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Ex-fiscal da JBS da Lapa confirma pagamento de propina para funcionários do Ministério da Agricultura

Fonte: Canal da Cidade

O lapeano Flavio Evers Cassou, que trabalhava como fiscal na unidade da JBS da Lapa, prestou depoimento à Justiça Federal na última sexta-feira, dia 1° de dezembro, para falar sobre os crimes investigados na Operação Carne Fraca.

Preso desde o dia 17 de março, quando a operação foi deflagrada, o fiscal assinou com a justiça um acordo de leniência, que prevê a sua colaboração na investigação em troca de benefícios como a progressão para o regime semiaberto com uso de tornozeleira e a redução de pena.

As informações são da revista Veja, e segundo a publicação, em mais de 4h de depoimento, o ex-fiscal afirmou ao juiz Marcos Josegrei, da 14ª Vara Federal, que pagava, em nome da JBS, até R$ 60 mil mensais em propina para Daniel Gonçalves Filho, ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná, e Maria do Rocio Nascimento, ex-chefe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, no Paraná. Os dois também estão presos.

O dinheiro que partia da JBS tinha como objetivo diminuir a fiscalização do Governo nas unidades da empresa e fazer com que fiscais agilizassem licenças de forma ilegal para o grupo empresarial.  Durante o depoimento, Cassou ainda teria dito que parte desse dinheiro era destinada a políticos do PMDB do Paraná, mas ele não citou nomes.

As informações obtidas pela justiça agora vão fazer parte do inquérito que investiga crimes de agentes do governo na fiscalização de alguns do maiores frigoríferos do Brasil, como o grupo JBS.

Operação Carne Fraca

Em março de 2017 foi deflagrada uma das maiores operações da Polícia Federal (PF) no Brasil, a Carne Fraca. Simultaneamente, em seis Estados do país, e o Distrito Federal, mais de mil policiais participaram da operação com o objetivo de cumprir 311 mandados judiciais, entre prisões preventivas, temporárias e conduções coercitivas.

A operação tinha o foco em grandes empresas do setor frigorífico, como JBS e BRF Brasil, e fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, que segundo a PF participavam de um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos. Esses fiscais recebiam propina para emitir licenças falsas para o comércio de carne, favorecendo grandes empresas. Com isso, eles facilitavam a produção de alimentos adulterados.

Na Lapa

A Unidade da JBS da Lapa foi uma das que mais ganhou repercussão com a operação. No dia 17 de março o fiscal Flávio Evers Cassou foi preso. Na mesma data a PF foi até a empresa localizada no Parque Industrial da Lapa e realizou apreensões de computadores de funcionários que exerciam cargos de chefia na empresa. Nos dias seguintes a unidade chegou a receber a visita de jornalistas de vários países, acompanhados do Ministro da Agricultura Blairo Maggi.

Nenhuma irregularidade com respeito à carne estragada ou adulterada foi encontrada na JBS da Lapa, porém, mesmo assim a unidade sofreu sanções e desde março não exporta seus produtos.

Com a falta de venda para o mercado externo, a unidade precisou dar férias coletivas para mais de 800 funcionários do setor de produção nos meses de outubro e novembro.

Hoje a Unidade da JBS é a maior empresa situada na Lapa e conta com cerca de 1.300 funcionários.

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Sobre Alexsandro

Idealizador e editor do Jornal MARCA. MTB 9936/PR.

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