Um negócio familiar, inicialmente focado apenas no ramo da reciclagem, que mudou de direção, ganhou corpo, se tornou uma unidade industrial e hoje fabrica uma média de 113 toneladas de sacolas plásticas por mês, empregando 60 funcionários diretos no município de Contenda. Esse seria o resumo da história da Nafplast, companhia fundada em 1999 e, até pouco tempo atrás, chamada de Ecoplast – a mudança de nome faz parte da adoção de um novo posicionamento e de uma nova marca da empresa.
A Nafplast é um exemplo clássico de um negócio iniciado em um seio familiar, que cresce ao longo dos anos, se adapta, e hoje trabalha arduamente para acompanhar tendências ligadas à tecnologia e inovação de sua área. A família Borba Ribeiro é a família por trás do grupo. Celso Borba Ribeiro (foto abaixo) é o fundador da empresa, que nasceu no ano de 1999 com o nome de Ecoplast. Antes de fundar a empresa, Celso já trabalhava no ramo da reciclagem, com um de seus irmãos, no município de Araucária. Ele viu em Contenda uma oportunidade nova, adquiriu um terreno, fundou a Ecoplast e, inicialmente, iniciou os trabalhos apenas no ramo da reciclagem. Embora o material reciclado fosse mais escasso na época, a empresa chegou a bater as 250 toneladas de plástico reciclado mensalmente.
Fabricação de sacolas
Já no ano de 2014, o esforço por atualização no negócio resultou na criação de uma empresa secundária, a Teckpack, que por sua vez passou a fabricar sacolas plásticas e atender grandes redes de atacarejos, farmácias e outros comércios de Curitiba e região. Atualmente, a Teckpack é local de trabalho para cerca de 60 funcionários. Suas duas unidades fabris estão situadas na Rua Afonso Good, 339, localidade de Lagoa das Almas, em Contenda.
A estimativa de produção atual da Teckpack é de 113 toneladas de sacolas plásticas por mês, o que gira em torno de 30 milhões de unidades produzidas, em média. Ao todo, a empresa já atendeu mais de 1,8 mil clientes pelo Brasil, tendo em sua cartela entre 600 e 700 clientes ativos. O maior mercado atendido é no Rio Janeiro.
“Começamos com uma máquina só em cada setor. Éramos em cinco funcionários. Hoje nós atuamos em todo o sul, sudeste e centro-oeste do Brasil. Só não atuamos no norte e nordeste pela questão da distância mesmo.”, conta Dalton Luis Antônio, gerente comercial que está na empresa desde 2015. “São nove anos nos quais a empresa cresceu muito. Foi modernizando o seu parque fabril, melhorando a produção e expandindo as áreas de atuação. É bem prazeroso você participar disso aí, né? Ver que todo o trabalho que foi feito, em todos esses nove anos que eu estou aqui com eles, tem gerado resultado.”, enfatizou.
Os números colocam a empresa como uma das principais companhias em capital financeiro e quantia de trabalhadores de Contenda. Além de empregar diretamente cerca de 60 pessoas na sua operação, a empresa estima outros 220 empregos indiretos.
Sustentabilidade
A Teckpack também está atenta ao quesito sustentabilidade, sendo que as sacolas plásticas produzidas são biodegradáveis. A empresa tem o compromisso de reciclar o equivalente a 100% da quantidade produzida nas fábricas.
Ambiente de trabalho, adaptações e sucessão
Na gestão da empresa, além de Celso, o fundador, também estão os seus filhos, Jessyka, Leonardo e Priscila Ribeiro. Leonardo Ribeiro, de 24 anos, está à frente dos novos projetos e das linhas de produção da Teckpack. Sob seu comando, a mesma tem passado por um choque de gestão desde 2021. “Nosso maior desafio hoje é essa passagem de bastão, sem comprometer a cultura e os valores da empresa.”, diz ele.
A implementação de políticas de incentivo ao autocuidado e ao desenvolvimento pessoal dos funcionários, bem como a comunicação assertiva, resolução de conflitos e até mesmo a educação financeira e o incentivo ao empreendedorismo passaram a fazer parte do ambiente interno da empresa, que todo mês pausa sua produção para realizar uma confraternização coletiva, especialmente com os aniversariantes do mês. “Queria desenvolver a parte humana da minha empresa e agora vamos além: queremos ser reconhecidos como um ”Great Place to Work” até 2026.”, diz Leonardo.
Ainda sobre o bem-estar dos colaboradores, na linha de produção, Leonardo destaca que a empresa foi uma das primeiras a utilizar tinta à base de água, ao invés de solvente – o solvente, segundo ele, é um produto muito mais poluente e pode representar riscos aos funcionários, além do desconforto pelo forte odor característico do produto.
“Se o funcionário trabalhar mais feliz, a empresa sempre vai ter um retorno melhor, né? Ele também vai ter vontade de permanecer na empresa. Não vai ser qualquer proposta que vai tirar ele daqui.”, comenta o gerente comercial Dalton. “Quando você passa mais tempo aqui, com essas pessoas, do que com a família, em casa, a gente tem que sempre buscar melhorar o relacionamento. Com um ambiente saudável assim é mais prazeroso você trabalhar.”, finalizou.
Quem tem disposição de aprender, sobe os degraus dentro da empresa. Com 15 anos de casa, Tereza Colaço é um exemplo: ela começou na reciclagem, passou por funções de auxiliar de produção e na base da curiosidade, como ela mesma afirma, aprendeu a operar as máquinas da linha de produção, sendo que hoje é operadora de corte e solda e líder de seu turno na função. “Acompanhei a família Ribeiro desde o começo e fui crescendo junto com eles.”, comenta ela, que também tem uma filha atuando no departamento financeiro da Teckpack. “A gente vê mais gente entrando, a empresa crescendo, e a gente vai crescendo junto.”, celebra.
Salete Maria Dreveniak, auxiliar de produção, tem 18 anos de empresa e também começou na época da reciclagem, quando ganhava por quilo do material reciclado. “Estou aprendendo para ser operadora também. Uns 40%, hoje, eu já sei operar a máquina. Todo o pessoal que atua na linha de produção, se quiser e tiver vontade, pode aprender.”, conta ela.
“Foi meu primeiro emprego, quando entrei trabalhar aqui nem andar direito eu sabia.”, brinca Jhonatan Riba, sobre sua primeira passagem pela empresa. “O que me fez repensar e querer voltar foi a equipe em geral, com quem a gente tem muita amizade, principalmente o pessoal lá de baixo (reciclagem), que é uma família.” A mãe de Jhonatan, Rose, trabalhou 17 anos na empresa e saiu para empreender um negócio próprio. Atualmente, ele é o encarregado do setor de corte e solda e líder de turnos. “Isso aqui, em um futuro muito breve, vai ser dobrado na questão de pessoas, produção e máquinas envolvidas”, prevê.
Expansão
Além dos desafios internos com a sucessão e o trabalho constante para acompanhar as tendências e tecnologia da área, a empresa passa por um processo de expansão, tendo investido, só nos últimos 6 meses, algo próximo dos R$ 2,5 milhões. De acordo com Leonardo Ribeiro, os planos de expansão preveem a construção de novos galpões para acolher a produção, que cresceu ainda mais nos últimos meses. No ano de 2023 e início de 2024 a empresa teve um aumento de 53% na comparação com 2022. O crescimento, naturalmente, acarreta não só em novos investimentos como também na geração de novos empregos na cidade.