Encerrados os passeios da temporada 2024, o Trem dos Tropeiros agora contabiliza os resultados promovidos no turismo e na economia ao longo do trajeto percorrido. Em sua terceira edição, o trem turístico recebeu 2.264 passageiros nos trilhos da Ferrovia Tronco Sul, percorrendo 43 quilômetros entre Mafra e Lapa – uma média de 430 passageiros em cada uma das 5 viagens com opções de saída às 9h e às 14h.
Com duração de aproximadamente 2 horas e 30 minutos, os passageiros puderam apreciar paisagens rurais, túneis e pontilhões, além de passar pelas estações ferroviárias de Lavrinha e do Rio da Várzea. A ferrovia, construída pela Rede de Viação Paraná-Santa Catarina (RVPSC), foi um atrativo à parte e está entre as obras mais antigas e importantes já realizadas na região.
O destaque da edição foi a integração do trade turístico das cidades, o que colaborou para o aumento do movimento dos estabelecimentos comerciais que absorvem o fluxo de turistas gerados pelo passeio. “Acompanhamos uma maior concentração de pessoas no final de semana em hotéis, restaurantes e serviços de transporte”, afirma o Secretário Municipal de Governo, Desenvolvimento Econômico, Turismo e Cidadania de Mafra, João Lázaro Ferreira. Conforme o gestor, quatro excursões de Curitiba e de Joinville estiveram na cidade especialmente para o passeio.
Para a Coordenadora do Trem dos Tropeiros, Suiane Muehlbauer Ilg, tão importante quanto o trabalho articulado junto às cidades-sede dos passeios ferroviários é a parceria com agentes que promovem e comercializam o passeio. “Tivemos uma ótima aceitação pelas agências, o que colaborou para o sucesso da temporada, uma vez que muitos dos nossos passageiros são conduzidos por empresas que revendem nossos pacotes”, explica. Pelo menos 44% dos bilhetes da edição foram comercializados por agências, destaque para empresas de Blumenau, Curitiba, Pomerode, Lapa e Mafra.
A agência “Denise Viagens”, de Curitiba, é uma delas. A proprietária, Denise Trein, que conduziu mais de 200 turistas ao longo do passeio, enalteceu que a experiência conectada a outros atrativos fez a diferença no roteiro. “O city tour e a opção de café colonial em Mafra me ajudaram a complementar o passeio. Posso dizer com toda segurança que as 229 pessoas que estiveram conosco saíram felizes e muito contentes com o passeio, já pedindo pelo próximo”, relata Denise, que desde 2012 mantém parceria com a ABPF conduzindo visitantes de diferentes regiões nos passeios regulares e comemorativos da região. Integraram o pacote da agência, ainda, visitas na igreja local, no cactário de Mafra e em uma loja de souvenirs.
Entre as novidades da temporada esteve a opção de incluir adicionais ao passeio, como almoço e café da tarde, possibilidade que ampliou a permanência do turista na região, estimulando a economia.
A Passeios de Trem estima que a temporada tenha proporcionado um ticket médio de R$120 por passageiro, o que representa um incremento de R$271 mil na economia regional somente com investimentos de transporte, compra de bilhetes e alimentação.
Tropeirismo
As cidades de Mafra e Lapa têm uma relação histórica profunda com os tropeiros – condutores de tropas de cavalos e outros animais usados para transportar principalmente gêneros alimentícios produzidos nas colônias e posteriormente comercializados nos vilarejos – cuja tradição inspirou o nome do passeio que oferece imersão cultural e histórica.
Lapa, fundada em 1769 e uma das cidades mais antigas do Paraná, preserva suas raízes tropeiras nas ruas de paralelepípedos, réplicas de luminárias antigas e construções coloniais dos séculos XVIII e XIX, destacando-se pelo seu significativo acervo de bens tombados.
Por outro lado, Mafra, situada na região do Planalto Norte Catarinense e caracterizada por sua rica multiculturalidade resultante da colonização, também foi um ponto crucial no caminho dos tropeiros, consolidando-se como uma parada importante na rota dos grupos que promoviam a interligação de pólos econômicos da época.
CM Comunicação