Era 14 de novembro de 1951 quando o então Governador do Estado do Paraná, Bento Munhoz da Rocha Neto, sancionava a Lei Estadual de número 790. A lei elevava Contenda, então Distrito Judiciário, à categoria de Município. Até 1951, Contenda fazia parte da área territorial da Lapa. Nesta quinta-feira, dia 14 de novembro de 2019, portanto, a cidade completa 68 anos de emancipação política.
Relembre a História do Município
A Emancipação Política de Contenda ocorreu em 1951 mas teve seu início por volta de 1946, durante o mandato de Otávio José Kuss como Prefeito da Lapa. Naquela época foi criado em Contenda uma comissão que tinha por objetivo trabalhar em prol do desmembramento do Distrito junto ao município Lapeano e assim proceder com a consequente criação do município de Contenda. Em 27 de julho de 1947, essa comissão enviou ao Governo do Estado ofícios que reivindicavam a emancipação de independência política do então Distrito Judiciário de Contenda. Os documentos alegavam que o mesmo já estava dentro dos padrões mínimos previstos em lei para se tornar município desde 1930 e o Governador Bento Munhoz da Rocha Neto acatou a reivindicação.
Antes de ser Distrito Judiciário da Lapa, Contenda foi Distrito Administrativo e Policial. E antes de se tornar Distrito, era intitulado Núcleo Colonial – este que começou a se formar quando colonos alemães e poloneses se estabeleceram nas proximidades do Rio Iguaçu por volta de 1895. Segundo registros históricos, quando os colonos imigrantes chegaram a estas terras em 1895, porém, já havia povoação nativa no local, que passou a ser palco de acirrados combates pela posse das terras. Daí já surgiriam os primeiros episódios de conflitos que acabaram dando nome à própria cidade: no dicionário, afinal, Contenda é sinônimo de “disputa ou discórdia, briga, ação ou efeito de contender, litígio ou polêmica”.
O que atraiu os colonos e deu consistência ao surgimento da povoação local na época foi o advento da Estrada do Imperador, via antes conhecida por Estrada da Mata e que foi reconstruída especialmente para uma visita do Imperador Dom Pedro II à cidade da Lapa no ano de 1880. O responsável pela melhoria da estrada, em 1878, foi o engenheiro inglês Walter Joslin, em companhia de seu concunhado Jaimes Good. A Estrada do Imperador passa pelo atual quadro urbano de Contenda, por onde hoje passam as Avenidas Eleutério de Souza Padilha e Avenida João Franco, no centro, e Avenida das Américas, que liga o centro à localidade Serrinha. Após a visita de Dom Pedro, a Estrada do Imperador também serviria de acesso, mais tarde, para a passagem de tropas que agregariam voluntários para combater na Revolução Federalista durante o Cerco da Lapa.
O trabalho na agricultura foi o que impulsionou o desenvolvimento do Núcleo Colonial e algum tempo após sua fundação, o Núcleo transformou-se em Distrito Administrativo da Lapa, sendo elevada à categoria de Distrito Policial em 1913, Distrito Judiciário em 1918, e finalmente a Município em 1951, como descrito no início.
Os detalhes históricos e as figuras que tiveram grande contribuição no surgimento e desenvolvimento do Município são descritas com grande precisão no livro ‘Contenda: sua história e sua gente’, de Hildemar Cardoso Moreira. Hildemar, que reside na cidade até hoje, foi o primeiro Secretário do Município de Contenda (02/01/1953 a 05/03/1980) e, além do livro, também é co-autor da letra do Hino Municipal.
Entre essas figuras, alguns nomes conhecidos: João Soares Franco e seu irmão Constantino Soares da Silva ganharam notoriedade por seu trabalho em prol do desenvolvimento da região na época. O Coronel João Soares Franco se tornaria, no início do século XX, o primeiro representante de Contenda na história política da Lapa. Foi através de seu trabalho que Contenda foi elevada à categoria de Distrito Policial e posteriormente Judiciário. João faleceu em maio de 1921 e seu genro herdou o comando político do Distrito de Contenda: o Coronel da Guarda Municipal Miguel Franco Filho, que hoje batiza o Colégio Estadual da cidade e também tem seu nome intimamente ligado ao progresso de Contenda.
Fonte bibliográfica: ‘Contenda: sua história e sua gente’, de Hildemar Cardoso Moreira.
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