Foram divulgadas novas imagens que registraram a movimentação no interior do Hipermercado Condor momentos antes do início da confusão envolvendo o empresário Danir Garbossa com funcionários e, posteriormente, com um segurança do local. Nas imagens, é possível ver o empresário dentro do estabelecimento por cerca de três minutos, antes das agressões e dos disparos que terminaram com a morte de Sandra Maria Aparecida Ribeiro, de 45 anos.
Danir, de camiseta amarela, aparece empurrando um carrinho de compras em um dos corredores do Hipermercado. Na sequência, é possível observar uma movimentação de funcionários do local atrás do cliente, que estava sem máscara. Cerca de três minutos se passam até que Garbossa seja acompanhado por um segurança para fora do estabelecimento.
“A forma como as imagens foram apresentadas inicialmente levam a crer que ele chegou no mercado e, já descontrolado, bateu nos funcionários. Isso não é verdade. As novas imagens mostram que ele já estava no mercado há muito tempo, mais de 10 minutos, até ser retirado do local de forma vexatória.”, diz Ygor Nasser Salah Salmen, advogado responsável pela defesa de Danir. O advogado afirma que as imagens podem mudar o curso das investigações e que elas trazem novos detalhes da história que estariam sendo “ocultados”. “Contenda e região pode ter certeza que se o Garbossa errou, ele vai pagar por isso, mas exigimos que o Condor conte a verdade aos seus clientes.”.
Salmen defende ainda que as principais imagens do episódio, que mostrariam o momento em que o vigilante efetuou os disparos, ainda estariam sendo omitidas. Para o advogado, essas imagens mostrariam que o segurança atirou mais de duas vezes e que o empresário não tentou pegar a sua arma. “A população precisa perguntar ao supermercado o que contém nessa imagem e o motivo pelo qual ela não pode ser divulgada. As pessoas têm o direito de saber o que aconteceu naquele dia. Meu cliente está errado, isso eu não nego. Ele está errado quando ele agride alguém, mas a imagem principal ainda está sendo ocultada, a que o segurança deu mais de dois disparos, havendo um excesso da parte dele. Se alguém matou alguém, foi o segurança, que descarregou uma arma em direção à sua colega e quis matar meu cliente.”, finaliza Salmen.
Relembre o caso
A confusão que matou a fiscal de loja Sandra Ribeiro aconteceu no último dia 28 de Abril, uma terça-feira. Danir Garbossa teria se recusado a colocar máscara para entrar no estabelecimento, como determina decreto da Prefeitura de Araucária para controle da pandemia de coronavírus. Câmeras de segurança mostram o momento em que Garbossa agride o vigilante Wilham Soares, que reage com disparos de arma de fogo. Um dos disparos atinge Sandra, que morre instantes depois.
Na última terça-feira (5), o desembargador Clayton Camargo, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), negou um pedido de habeas corpus de Garbossa. Com a decisão, o empresário segue preso na Delegacia de Araucária.
Nota – a defesa de Sandra enviou à imprensa a seguinte nota sobre as novas imagens que foram divulgadas:
“As novas imagens obtidas do hipermercado de Araucária só pioram a situação que já estava ruim de Danir Garbossa.
Mostram novamente grande descontrole de Danir, “dando de dedo” na face de inúmeros funcionários do estabelecimento, que tentavam de maneira educada orientar o senhor Danir, mostrando que o país e o mundo vivem uma pandemia, que os riscos de contaminação trazem a respectiva necessidade na utilização da máscara de proteção.
Demonstrada agora a premeditação de Danir em, “a qualquer custo criar caso”, pois se tivesse sofrido qualquer vexame ou constrangimento, certamente teria acionado a Polícia Militar, ou ido embora. No mínimo faria a confecção de um boletim de ocorrência para providências, e não fugido do local ardilosamente, como o fez, pois é muito estranho alguém que se diz ter razão e ser uma vítima, fugir e não acionar autoridade policial diante da suposta gravidade dos fatos, o que tenta a qualquer custo agora.
Oportunamente podemos observar em novas imagens também, que o Sr. Danir de forma previamente arquitetada e orquestrada, retorna ao mercado, com evidente ânimo e propósito de agredir e lesionar pessoas, observando a sua latente “premeditação”.
Atingindo sua “sanha” e lesionando três funcionários do mercado, sendo uma delas fatal. Fica evidente que a única pessoa que foi colocada para fora do mercado de forma vexatória, foi a vítima Sandra Aparecida Ribeiro, que naquele dia saiu da sua casa para trabalhar e voltou dentro de um caixão.
Esperamos e lutaremos aguerridamente para que Danir Garbossa seja processado e condenado por homicídio doloso (dolo eventual), qualificado pelo perigo comum.
Os depoimentos e imagens coadunam no sentido de revelar o Sr. Danir como um prepotente, arrogante, e agressivo sociopata, transgressor de regras da vida em sociedade e da moral social.”
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